O mercado financeiro reagiu com uma mistura de otimismo e cautela após a divulgação dos resultados da BB Seguridade(BBSE3) no segundo trimestre de 2025. A empresa, braço de seguros do Banco do Brasil, reportou um lucro líquido recorrente de R$ 2,24 bilhões, um aumento expressivo de 19,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse desempenho positivo superou o consenso do mercado, que esperava um lucro um pouco menor.
O principal motor desse crescimento foi o resultado financeiro da companhia, que saltou quase 70% na comparação anual, para R$ 463,6 milhões. O cenário de juros altos no Brasil, com a Selic mantida em um patamar elevado, favoreceu os rendimentos das aplicações da BB Seguridade, que são majoritariamente pós-fixadas. Outro ponto que contribuiu para o resultado foi a melhora no índice de sinistralidade de seus seguros, o que também impactou positivamente a rentabilidade.
Apesar do forte crescimento do lucro, o que realmente chamou a atenção do mercado foi a revisão do guidance para 2025. A BB Seguridade cortou suas projeções para o ano em todas as linhas operacionais. A expectativa de crescimento do resultado operacional não decorrente de juros, por exemplo, foi ajustada de uma faixa de 3% a 8% para 1% a 4%. No segmento de seguros, a projeção para prêmios emitidos, que antes era de um crescimento de 2% a 7%, agora aponta para uma possível retração de 4% a um crescimento máximo de 1%. A captação líquida no segmento de previdência também continua a ser um desafio, pressionando as projeções.
Para os investidores, essa revisão de expectativas indica que a empresa enfrenta desafios para manter o ritmo de crescimento de sua operação principal. Embora o forte resultado financeiro continue a blindar o lucro no curto prazo, a falta de dinamismo nas operações de seguros e previdência pode limitar o potencial de valorização do papel a longo prazo.
Mesmo com os desafios, a BB Seguridade segue sendo um ativo considerado defensivo e atraente para investidores em busca de renda passiva. A empresa aprovou a distribuição de R$ 3,7 bilhões em dividendos, reforçando sua política de remuneração aos acionistas. O pagamento está agendado para o dia 26 de agosto de 2025.